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3 “Hábitos Automáticos” de Casais Fortes e Duradouros

  • Foto do escritor: INFORME CABULA
    INFORME CABULA
  • 5 de jul.
  • 4 min de leitura

Parceiros saudáveis vivem seu amor de forma genuína, priorizando conexão e segurança no dia a dia, sem precisar exibir


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Getty Images


Quando você passou por um coração partido, pode instintivamente se ver procurando por sinais de alerta em todo novo relacionamento. Todo conflito, pequeno deslize ou qualquer momento que pareça “estranho” chama mais sua atenção do que deveria.


Nossos cérebros são programados para focar no que está errado, especialmente em dinâmicas onde há um alto envolvimento emocional. Mas, às vezes, não são as lutas óbvias que definem um relacionamento; são os comportamentos silenciosos, muitas vezes despercebidos, que dizem muito. É o velho ditado de que “o silêncio fala mais alto do que palavras”, aplicado ao contexto dos relacionamentos.


Da mesma forma, alguns dos indicadores mais reveladores de uma parceria forte, segundo muitos terapeutas de casais, nem sempre são conversas profundas e emocionantes. Em vez disso, são os pequenos hábitos, quase invisíveis, que se tornam naturais com o tempo.


Casais saudáveis frequentemente focam no que está dando certo, buscam soluções para seus conflitos e constroem a partir dos aspectos positivos da relação.


Aqui estão três coisas que casais emocionalmente saudáveis fazem, muitas vezes sem perceber, que lançam as bases para um amor duradouro:


1. Eles Se Reparam em Tempo Real

Casais saudáveis sabem como se recuperar após um conflito porque sabem que, realisticamente, ele é inevitável. Embora ainda possam discutir, eles reconhecem o momento certo para usar pequenas tentativas de reparo que evitam que a conversa saia do controle: uma sobrancelha levantada, um meio sorriso, uma piada que quebra a tensão ou um gentil “Posso dizer isso de outro jeito?” no meio da frase.


Um estudo de 2015 publicado no Journal of Family Psychotherapy mostra que os reparos mais eficazes acontecem cedo no conflito, muitas vezes nos primeiros três minutos. Esses reparos precoces e preventivos, como destaca o autor principal Dr. John Gottman, tratam de restaurar a conexão emocional usando recursos profundamente humanos. Isso inclui humor compartilhado, afeto, assumir responsabilidade, empatia e sinais sutis de que “estamos bem”.


Muitas vezes, eles nem pensam conscientemente: “Agora vou desescalar isso.” É mais como uma memória muscular emocional. Seus sistemas nervosos são treinados para priorizar o relacionamento em vez de estar certo. Esses micro-reparos sinalizam segurança emocional, um dos maiores indicadores de satisfação a longo prazo.


Na próxima vez que sentir a tensão aumentar, pare e pergunte: “Podemos respirar juntos?”

Reparar não precisa significar resolver todo o problema. Às vezes, é apenas manter a conexão enquanto se atravessa o momento difícil.


2. Eles Praticam o Brincar Paralelo

Costumamos romantizar a ideia de que o verdadeiro amor significa fazer tudo juntos. Mas casais saudáveis aprenderam a alegria silenciosa de estarem sozinhos, juntos. Seja lendo lado a lado, cozinhando em silêncio ou trabalhando em tarefas diferentes no mesmo cômodo, eles se sentem à vontade compartilhando o espaço sem precisar preenchê-lo.


Esse tipo de “brincar paralelo” reflete um profundo senso de confiança e autonomia. Não há pressão para performar, entreter ou conversar o tempo todo. Apenas estar perto já é suficiente. É um lembrete de que a conexão não precisa ser sempre alta, intensa ou produtiva. Às vezes, é tão simples quanto dividir o mesmo silêncio.


Um estudo de 2024 publicado na Motivation and Emotion sobre o silêncio em relacionamentos amorosos mostra que o silêncio motivado intrinsecamente, aquele silêncio reconfortante impulsionado pela necessidade de conexão, está associado a maior bem-estar emocional, satisfação psicológica e proximidade no relacionamento.


Em outras palavras, não é o silêncio em si que importa, mas a intenção por trás dele. Quando os casais se sentem emocionalmente seguros, o silêncio se torna uma linguagem compartilhada, uma forma de intimidade. Uma maneira de dizer: “Me sinto seguro com você, mesmo no silêncio.”


3. Eles Contam a História do “Nós”

Sem nem perceber, casais emocionalmente seguros falam com uma linguagem compartilhada. Dizem coisas como “isso é tão a nossa cara” ou “lembra quando a gente…”. Têm piadas internas, repetem histórias favoritas e usam metáforas que só eles entendem profundamente. Esses não são apenas hábitos sentimentais, são os blocos de construção do sentimento de “nós”, uma identidade compartilhada que ancora o relacionamento.


Um estudo de 2016 mostra que essas “Histórias do Nós”, a narrativa co-construída por casais felizes, são ricas em temas como segurança, prazer e significado compartilhado, que aumentam a mutualidade da relação e a satisfação a longo prazo. Quanto mais elementos de “nós” existem na história do casal, mais forte é a conexão emocional.


Esse “significado compartilhado” é altamente protetor em tempos de estresse. Ajuda os casais a se reconectarem quando a vida tenta separá-los. Também fortalece o senso de pertencimento, afirmando que eles não são apenas indivíduos, mas coautores de uma história em construção.


Para fortalecer o seu “nós”, pense em um ritual que reforce sua identidade como casal.

Pode ser um resumo fotográfico mensal, uma playlist construída juntos ou até uma frase boba que usam quando as coisas ficam difíceis.


Esses pequenos momentos compartilhados se tornam fios poderosos na história do “nós.”


Sustentar um relacionamento saudável exige esforço. Então, se você reconhece esses hábitos no seu relacionamento, celebre-os. E se não, não desanime. Eles não são metas grandiosas ou inalcançáveis. São apenas decisões diárias que eventualmente se tornam parte de quem vocês são juntos.


* Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.


Por: Mark Travers



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