Organizações apresentam plano para ampliar financiamento climático e proteger a Amazônia antes da COP30
- INFORME CABULA

- 5 de jul.
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Documento propõe ações para conservação, economia verde e combate ao desmatamento; Amazônia recebe menos de 10% dos recursos necessários para evitar colapso ambiental.

Um plano estratégico para atrair investimentos destinados à conservação, restauração e desenvolvimento sustentável da Amazônia foi apresentado nesta sexta-feira (4) à presidência brasileira da COP30, que ocorrerá em novembro deste ano em Belém (PA). O documento, intitulado Ampliando o Financiamento de Soluções Baseadas na Natureza para Proteger a Amazônia: Um Roteiro de Ação, foi entregue em Brasília durante uma reunião com Ana Toni, diretora executiva da conferência climática da ONU.
A iniciativa parte de sete organizações sociais que atuam há mais de 30 anos na região amazônica. O objetivo é criar uma arquitetura financeira robusta para o bioma, consolidando ações sustentáveis e promovendo uma nova economia verde na região.
Segundo Gustavo Souza, diretor sênior de políticas públicas da ONG Conservação Internacional (CI), o plano busca visibilidade internacional para as soluções climáticas amazônicas. “Queremos inserir a Amazônia com protagonismo no High Level Climate Champions Office, articulando com o setor privado e financeiro global”, afirmou.
Déficit de financiamento
De acordo com dados do Banco Mundial, a Amazônia movimenta pelo menos US$ 317 bilhões por ano em valor econômico, mas entre 2013 e 2022 recebeu apenas US$ 5,81 bilhões em investimentos voltados à sua preservação. A estimativa é de que o mínimo necessário para manter o bioma saudável seja de US$ 7 bilhões por ano, o que evitaria o chamado ponto de não retorno — estágio de colapso ambiental em que a floresta começa a virar savana.
“Estamos muito abaixo do necessário. Nem 10% dos recursos foram investidos para evitar o tipping point e combater o desmatamento”, alerta Gustavo Souza.
Soluções propostas
O roteiro propõe medidas como:
Redirecionamento de subsídios de cadeias de alta emissão para atividades sustentáveis;
Implementação de rastreabilidade produtiva com tecnologia de satélites;
Promoção de pagamentos por serviços ambientais;
Combate ao tráfico de animais, grilagem de terras e economia ilegal transnacional.
Entre os instrumentos financeiros, o destaque é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que prevê captar US$ 5 bilhões por ano em doações, dos quais US$ 2 bilhões seriam destinados exclusivamente à Amazônia.
“Isso é quatro vezes mais do que todo o fluxo financeiro da última década para o bioma”, destaca Souza.
Por: DGRJ




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