Taís Araújo completa 30 anos de carreira, fala sobre 'Vale tudo' e analisa Raquel Accioli: 'Quantas mulheres não fazem tudo para resgatar seus filhos?'
- INFORME CABULA

- 9 de jun.
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'O público precisa ser paciente, e eu também. Existem muitas como ela. O negócio é não confundir boa com boba', diz a atriz sobre as críticas à personagem

Foto: Fernando Tomaz
Oito horas da manhã de uma segunda-feira: foi nesse horário que Taís Araujo abriu as portas de seu apartamento para a reportagem da ELA. A luz radiante, típica do outono no Rio, atravessava as janelas quando a intérprete de Raquel Accioli no remake de “Vale tudo”, da TV Globo, adentrou a sala com um sorrisão no rosto. “Levantei às 6h e já treinei”, conta. Pronta para a entrevista, diante da mesa de café da manhã debruçada sobre uma vista estonteante, revelou o que não pode faltar para começar o dia: “Café com leite”.
A otimização do tempo tem sido uma constante na vida da atriz, de 46 anos, nascida em Duque de Caxias, mas carioca de coração, que enfrenta uma pesada rotina de gravações.
As cenas na pele da mãe da oportunista Maria de Fátima (Bella Campos), além de serem muitas, a demandam emocionalmente. “Por abordar a questão da maternidade, essa personagem acessa um lugar profundo. Fico abalada durante os embates”, confessa a mãe de João Vicente, de 14 anos, e Maria Antônia, de 10, ambos da união com o ator Lázaro Ramos, com quem está casada há 20. “Este ano, completamos 21.”

Com mais de três décadas de carreira, Taís ocupa diversos lugares e papéis com firmeza. Além de ser uma das maiores atrizes do Brasil, tornou-se referência em ativismo. Defensora dos direitos das mulheres negras da ONU Mulheres desde 2016, é porta-voz da luta antirracista, ícone de beleza e entrevistadora de mão cheia: em abril do ano passado, dividiu o palco do evento “Legends in town”, em São Paulo, com a americana Oprah Winfrey. Na próxima sexta, dia 13, abrirá a Bienal do Livro do Rio ao lado da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
Em duas horas de conversa, Taís falou, sem perder o bom humor, sobre as críticas a Raquel Accioli, sua relação com Bella Campos, os desafios da maternidade, colorismo e assédio. A seguir, os melhores trechos:
Como é para você, dona de uma personalidade forte, viver a Raquel Accioli, apontada como “trouxa” e “ingênua”?
Quando fui chamada para fazer a Raquel, fiquei reticente. Não queria mais viver heroínas pois conheço bem as mazelas. Elas têm essa coisa da ingenuidade, da virada e precisam ter uma curva descendente para poder valorizar a ascendente. Porém, me encantei com a jornada dessa mãe. Quantas mulheres não fazem de tudo para resgatar os filhos? Quem está dentro dessa situação não usa a lógica. Outra coisa diz respeito à construção da narrativa de uma novela: Raquel vai ter de chegar ao apogeu da merda para, depois, subir.
As pessoas não têm mais calma. Em um mês, a amam; no seguinte, estão com “ranço”. Temos oito meses para contar essa história. O público precisa ser paciente, e eu também. Existem muitas mulheres como Raquel. O negócio é não confundir boa com boba. Essa é a grande questão da trama.
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Por: Marcia Disitzer




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